Animais de caça.
Para o nativo, na alimentação diária na Amazônia brasileira é sempre necessário que tenha algo para acompanhar a farinha de mandioca, a base de suas refeições. Pode ser peixe, o mais comum, ou carne, esta quase sempre, de “caça do mato”, paca, tatu, cotia, anta, veado, capivara, aves (nambu, maguari, jacu, mutunm etc.) e o meio termo, o peixe-boi!
Simplesmente o caboclo (melhor, caboco, como é pronunciado) vai à caça e volta com sua comida. Prepara-a e come-a.
O sabor eu nem vou dizer para não matá-los de inveja, mas faça o seguinte: pense em algo bom, multiplique por muito bom e terá chegado perto.
Sempre se comeu e se come assim, hoje mais raramente, devido a escassez e as proibições.
Mas o que eu gostaria de chamar a atenção é para o seguinte: o caboco não tem nenhuma preocupação quanto ao estado de saúde dos animais que abate para alimentar-se! Simplesmente os caça e os come, sem qualquer exame preliminar, até por não ter conhecimento para tanto, mais ter apenas a barriga roncando e oca.
Algumas vezes, determinados animais, por exemplo, têm uma ferida no corpo, o caboclo simplesmente usa sua faca amolada e corta fora um pedaço do seu manjar!
As capivaras, muitas vezes, estão mutiladas, com o aspecto de portarem hanseníase, o que para os “civilizados” levaria a sua rejeição, com o caboco isso não ocorre, pois conclui ele que aquilo é mordida de piranha ou de jacaré, portanto, nada que o impeça de saborear o delicioso petisco.
Que eu saiba, nunca se estudou as doenças transmissíveis por esses animais, e é melhor que assim seja, pois, mesmo que o caboco soubesse da doença, dificilmente deixaria de comer o animal abatido e, sabendo, seu alimento talvez perdesse apenas um pouco do seu delicioso paladar.
E assim a vida prossegue, mansa e calmamente, com todos de barriga cheia e felizes por estarem alimentados.
A inocência, portanto, também faz parte dos prazeres da vida!
Te espero para o próximo “muquinhado”!
Até mais,
P.S.: “muquinhar, usava-se como sinônimo de assar na brasa”.
Abraços,
Osório
POEMEMOS:
Nariz.
“Eu queria ser uma borboleta para viver pousada em seu nariz,
Como sou um homem, queria viver sendo cheirado pelo seu nariz!
Como não sou o que queria ser, resta-me ser infeliz!”
São Paulo, 03.12.14.
e,
“Os sapos
'Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- 'Sei!' - 'Não sabe!' - 'Sabe!'.
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...”
Autor: Manuel Bandeira.
e,
“ENTRE ALHOS E BUGALHOS
A VIDA DEU-ME UM LIMÃO
MAS 'VALHEU-ME' A PROVIDÊNCIA.”
Autor: Beto.
Eis os ingredientes que o poeta encontrou para compor o poema acima:
e,
e,
.