Poesias

Você está aqui: Home | Poesias
In Poesia

Poesia: deleite-se ou delete-me (05.12.14).

 

Maraãvilhosos,

 

Brabulets

 

Lembranças de Maraã:

 

 

Animais de caça.

 

Para o nativo, na alimentação diária na Amazônia brasileira é sempre necessário que tenha algo para acompanhar a farinha de mandioca, a base de suas refeições. Pode ser peixe, o mais comum, ou carne, esta quase sempre, de “caça do mato”, paca, tatu, cotia, anta, veado, capivara, aves (nambu, maguari, jacu, mutunm etc.) e o meio termo, o peixe-boi!

Simplesmente o caboclo (melhor, caboco, como é pronunciado) vai à caça e volta com sua comida. Prepara-a e come-a.

O sabor eu nem vou dizer para não matá-los de inveja, mas faça o seguinte: pense em algo bom, multiplique por muito bom e terá chegado perto.

Sempre se comeu e se come assim, hoje mais raramente, devido a escassez e as proibições.

Mas o que eu gostaria de chamar a atenção é para o seguinte: o caboco não tem nenhuma preocupação quanto ao estado de saúde dos animais que abate para alimentar-se! Simplesmente os caça e os come, sem qualquer exame preliminar, até por não ter conhecimento para tanto, mais ter apenas a barriga roncando e oca.

Algumas vezes, determinados animais, por exemplo, têm uma ferida no corpo, o caboclo simplesmente usa sua faca amolada e corta fora um pedaço do seu manjar!

As capivaras, muitas vezes, estão mutiladas, com o aspecto de portarem hanseníase, o que para os “civilizados” levaria a sua rejeição, com o caboco isso não ocorre, pois conclui ele que aquilo é mordida de piranha ou de jacaré, portanto, nada que o impeça de saborear o delicioso petisco.

Que eu saiba, nunca se estudou as doenças transmissíveis por esses animais, e é melhor que assim seja, pois, mesmo que o caboco soubesse da doença, dificilmente deixaria de comer o animal abatido e, sabendo, seu alimento talvez perdesse apenas um pouco do seu delicioso paladar.

E assim a vida prossegue, mansa e calmamente, com todos de barriga cheia e felizes por estarem alimentados.

A inocência, portanto, também faz parte dos prazeres da vida!

Te espero para o próximo “muquinhado”!

Até mais,

P.S.: “muquinhar, usava-se como sinônimo de assar na brasa”.

 

Abraços,

 

Osório

 

POEMEMOS:

 

Nariz.

 

Eu queria ser uma borboleta para viver pousada em seu nariz,

 

Como sou um homem, queria viver sendo cheirado pelo seu nariz!

 

Como não sou o que queria ser, resta-me ser infeliz!”

 

São Paulo, 03.12.14.

 

e,

 

Os sapos

 

'Outros, sapos-pipas

(Um mal em si cabe),

Falam pelas tripas,

- 'Sei!' - 'Não sabe!' - 'Sabe!'.

 

Longe dessa grita,

Lá onde mais densa

A noite infinita

Veste a sombra imensa;

 

Lá, fugido ao mundo,

Sem glória, sem fé,

No perau profundo

E solitário, é

 

Que soluças tu,

Transido de frio,

Sapo-cururu

Da beira do rio...”

 

Autor: Manuel Bandeira.

 

e,

 

ENTRE ALHOS E BUGALHOS

A VIDA DEU-ME UM LIMÃO

MAS 'VALHEU-ME' A PROVIDÊNCIA.”

 

Autor: Beto.

 

Eis os ingredientes que o poeta encontrou para compor o poema acima:

 

03 12 14 bugalho

e,

03 12 114 limão

e,

03 12 14 providência.

 

Você está aqui: Home | Poesias