Uma colega postou uma foto nas proximidades da Universidade de Sorbonne, em Paris, França, lógico (ou na “Place de la Sorbonne), e eu brinquei dizendo:
“Por favor, MEMA, tire uma foto daquela placa comemorativa da minha passagem pela Instituição! Grato. Kkkkk”.
Ela respondeu:
"Qual instituição? O reformatório???".
Retruquei:
“Isso! Matou! Kkk”.
Curtir · Responder · 9 de maio às 17:28
Ela acrescentou:
“Ou de sua passagem pela porta da Sorbonne? Se foi, eu tb quero, tb passei pela porta!”.
Finalizei com:
“Sexta eu te conto. Bj e bom passeio!”.
Hoje vou contar!
Essa história remeteu-me à seguinte:
“Antonio Amâncio Barbosa era um cearense meio aparentado do meu pai. Semianalfabeto, foi nomeado, no período da ditadura, prefeito do Município de Japurá, que era área de segurança nacional, por ser fronteira entre o Brasil e a Colômbia. Seu filho João era seu primeiro-ministro, pois era quem, de fato, governava. Ficou prefeito por muitos anos. Gostava de contar e fazer piadas.
'Disse que uma vez foi tomar banho, como estava com muito sono, dormiu lá no fundo. Acordou horas depois e, o pior, todo suado'.
e,
'Foi uma vez na feira e tinha umas mocinhas bonitas por lá. Para fazer graças para elas, ele comprou uma palma de bananas. Comia a casca e jogava a poupa fora. Ele é doido, disseram elas sorrindo e foram embora'.
e,
'Numa viagem de avião, entre Manaus e Tefé, ele ia ao lado de uma comadre sua, D. Áurea Bessa, também cearense, que morria de medo de viajar de avião. Lá pelas tantas o avião adentrou numa área de turbulência e ela, desesperada, segurou no braço dele e disse: 'compadre, o avião vai caí!'. E ele, muito calmo, respondeu: 'não tô nem aí. Não é meu mesmo. Se cair o prejuízo vai ser do dono dele e não meu'. Todos, inclusive a própria, acabou por sorrir'.
Lembro que um dia, estávamos em Manaus e eu, ainda menino, junto com meu pai e seu Antônio e outras pessoas passávamos na frente da Faculdade de Direito, que ficava nas proximidades do porto, de onde vinhamos, e meu pai, se dirigindo a mim, disse: 'você ainda vai estudar aí'. Seu Antônio, aproveitando a deixa, completou: 'faz pouco tempo que eu saí daí'. Foi um riso geral.
Certa vez, absorto, lembrava-me de tudo isso nas margens do Rio Naviglio, que atravessa Milão, já no final da tarde, cansado depois de ter perambulado pela cidade!
O pensamento, quando estamos saudáveis, não nos abandona, e parece ser o que nos resta!
Lembro que agora, recentemente, o Governo Federal estava tentando, e fez muito, colocar o pedreiro, que fez muitas faculdades, para estudar dentro de sua própria obra, o que, para muitos foi, é e será um escândalo.
É o homem e o seu egoísmo atroz (cruel, desumano, que excede quanto é imaginável, monstruoso)!
Abraços,
Osório
POEMEMOS:
MADRUGADA CAMPONESA
Madrugada camponesa,
faz escuro ainda no chão,
mas é preciso plantar.
A noite já foi mais noite,
a manhã já vai chegar.
Não vale mais a canção
feita de medo e arremedo
para enganar solidão.
Agora vale a verdade
cantada simples e sempre,
agora vale a alegria
que se constrói dia a dia
feita de canto e de pão.
Breve há de ser (sinto no ar)
tempo de trigo maduro.
Vai ser tempo de ceifar.
Já se levantam prodígios,
chuva azul no milharal,
estala em flor o feijão,
um leite novo minando
no meu longe seringal.
Madrugada da esperança
já é quase tempo de amor
colho um sol que arde no chão,
lavro a luz dentro da cana
minha alma no seu pendão.
Madrugada Camponesa.
Faz escuro (já nem tanto),
vale a pena trabalhar.
Faz escuro, mas eu canto,
porque a manhã vai chegar.
e,
MADRUGADA CAMPESINA
Madrugada campesina,
aún está oscuro en la tierra,
pero es preciso sembrar.
La noche ya fue pasando,
la mañana va a llegar.
Ya no vale ese cantar
hecho de miedo y de farsa
para engañar soledad.
Ahora vale la verdad
siempre cantada sencilla,
ahora vale la alegría
que se forma día a día
hecha de canto y de pan.
Vendrá pronto (está en el aire)
la hora de granar el trigo.
Va a ser tiempo de segar.
Ya van surgiendo prodigios,
lluvia azul en el maizal,
estalla en flor el frijol,
y hay leche nueva manando
en mi lejano cauchal.
Madrugada de esperanza,
ya casi es tiempo de amor.
Cojo un sol que arde en el suelo,
labro la luz en la caña,
mi alma va en su pendón.
Madrugada Campesina.
Está oscuro (ya no tanto),
vale la pena bregar.
Está oscuro, pero canto:
la mañana va a llegar.
Autor: Thiago de Mello (“Faz escuro mas eu canto”, 1965) e versión de Pedro Casas Serra.
e,
Antes disso eu nunca fora arrebatado
por amor tão súbito e doce
Seu rosto vicejava como se uma flor fosse
E assim meu coração foi roubado.
Autor: Walt Whitman.
e,