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Cápsulas de sonhos – II.

Cápsulas de sonhos – II.

 

Flor2

 

Amigos de caminhada pela vida!

 

Hoje prossigo no tema que iniciei e cujo número I está em: https://www.osoriobarbosa.com.br/artigos/contos-escritos-meus/item/758-capsulas-de-sonhos-i.

Quero lhes falar, agora, sobre o conhecimento!

Sobre o conhecimento, “conheço” duas posições:

1 – Aquela que busca avidamente por ele, o conhecimento e,

2 – Aquela que diz “eu era feliz na minha ignorância” (ignorância é, dizem, falta de conhecimento).

Há quem veja, contudo, sabedoria tanto na busca como na recusa pela busca de conhecimento!

Onde estaria, realmente, a sabedoria, na descoberta ou na recusa ao conhecimento?

Minha experiência de vida diz-me que a sabedoria está na busca por conhecimento, logo, não falarei sobre a recusa, pois dela o conhecimento que tenho é de ver e ouvir o vivido por algumas pessoas e, pelo que percebo e ouço, costumam dizer que sofrem por sua ausência, embora, viajando pelas margens dos rios Amazonas e Japurá, costume [é rotineiro] ver um único casebre habitado por marido, mulher e filhos com o próximo vizinho a milhares de quilômetros de distância! Seriam esses habitantes solitários sábios e felizes?

Mas o que me leva a estas reflexões é que eu acreditava, piamente, que se os homens adquirissem conhecimento/saber, o mundo seria melhor para todos!

Será que é isso mesmo?

Pode até ser que sim, mas o que assisto, na atual realidade é algo diversamente [totalmente] diferente do que eu imaginava e queria!

Os homens têm usado o conhecimento/saber não para transformar/tornar a vida de TODOS melhor, mas apenas para, infelizmente, melhorar a sua PRÓPRIA vida e a vida DE SUA FAMÍLIA ou a de SEU GRUPO melhor(es)!

Aqueles que estiverem fora desses três círculos, que se danem! Que busquem conhecimento e façam o mesmo!

Mas aí teremos um círculo vicioso e tudo continuará igual a quando da ausência de conhecimento/saber!

E eis, então, a grande pergunta: para que serviu o conhecimento/saber?

Parece que somente para tornar o ser humano cada vez mais individualista, egoísta, que olha apenas para seu próprio umbigo?

Logo ele, o ser humano, que sem o auxílio do outro morre em poucos segundos após vir ao mundo, sendo a estória de Rômulo e Remo, que foram alimentados por uma loba, somente uma estória igual a de Mogli, o menino lobo, que foi criado por lobos!

Os anarquistas, Karl Marx e Oscar Wilde (“A alma do homem sob o socialismo”), por exemplo, apostam suas fichas na capacidade do homem de conhecedor, esclarecido, tornar-se sábio: vivendo e deixando os demais também viver!

O homem de conhecimento, segundo os nominados, quereriam apenas o suficiente para si, deixando aos demais a mesma possibilidade, sem cobiçar o aumento de seus próprios bens, pois não teriam “bens próprios”, já que os bens seriam de todos, com todos contribuindo para que ninguém passasse fome e sentisse frio, bem como tivessem onde morar (todos os animais têm suas tocas, por que o homem não teria a sua também?)!

O que vemos, contudo, é a apropriação de conhecimentos, inúmeras vezes tradicionais (dos índios, por exemplo), por alguns poucos, para serem privatizados e, assim passarem a ser explorados economicamente em favor desses poucos apropriadores, bem poucos, com a imensa maioria, que inclusive criou o conhecimento, sendo alijada de seu uso!

Lembro que um japonês, recentemente, registou a marca “cupuaçu” (nome de um fruto da Amazônia) e queria cobrar daqueles que viessem a usar tal nome/marca!

E, dizem, que o povo japonês é um dos mais cultos/conhecedores do mundo!

A indústria química, há muito, vem sendo usada pela indústria da guerra! O que era para dar vida foi transformado em máquina de morte, como o avião e outros tantos engenhos maravilhosos do homem conhecedor, cheio de saber!

A própria internet que, para mim, pode ser considerada “a primeira Maravilha da Humanidade” vem sendo usada, monstruosamente, para a prática de crimes! Crimes dos mais sofisticados aos mais simples (ofensas às pessoas por parte daqueles que pensam que ela, a internet, é um território livre para os criminosos!).

Em todos os países que atingiram um nível de vida considerado excelente (educação, saúde, moradia estendidos a todos) o crime continua rondando suas portas! Tanto assim que gastam milhões em segurança pública (mantendo e armando as suas polícias)! E, nesses países, quando ocorrem desastres de grandes proporções, a população costuma saquear os escombros para roubar o que pertencia às vítimas!

Presenciei imagens inacreditáveis do afirmado no parágrafo anterior quando de um terremoto ocorrido no Chile, país de nível cultural bastante elevado, embora isso não seja privilégio dos chilenos.

Se os Estados Unidos fossem um país civilizado, caberia um comentário sobre ele, mas já que não o é, fica uma informação que me foi passada por vários amigos que visitaram aquele país: em Nova York, por exemplo, existe mais policiais que turistas! Em qualquer manifestação tem mais policiais que manifestantes!

Onde, ou para aonde nos leva o conhecimento?

Não tenho micro-ondas em casa! Nunca tive! E, mesmo depois que tal aparelho chegou ao mercado brasileiro e eu já podia comprá-lo, nunca o fiz! E lá se vão mais de trinta anos e ninguém morreu por isso!

No último dia 29 de julho de 2016 fiz pipoca na pipoqueira de alumínio e assistimos ao filme “Guerra dos botões” (maravilhoso por sinal) e ninguém reclamou do sabor!

Que conhecimento é esse que levou pais e mães a abandonar seus filhos com outros pais e mães apenas para aumentar o orçamento doméstico para que possam comprar um televisor de 50 polegadas, já que o de 49 polegadas já não é o “top”, como demonstra a aquisição do vizinho e diz o comercial da tv?

Que conhecimento é esse que leva alguém a defender jornada de trabalho (sempre para os outros) de 12 (doze) horas diárias, quando isso já era um absurdo no século XIX!

O homem regride no tempo e em seu conhecimento?

Não! Absolutamente não!

Ele regride moralmente!

Mas mesmo essa regressão é calculada (o que exige conhecimento), tanto assim que ele exclui seus filhos dos malefícios da regressão, por exemplo.

O homem quer que os filhos dos demais comecem a trabalhar por longas horas desde a mais tenra idade (aos 2 [dois] anos como no século XIX?), enquanto seu próprio filho deve começar a trabalhar somente após o pós-doutorado (o que ocorre lá pelos 25 [vinte e cinco] anos de idade)!

Mas, depois, ainda vem mais uma marca do conhecimento: o que começou a trabalhar aos 25 (vinte e cinco) anos se aposenta primeiro do que aquele que começou aos 2 (dois) anos de idade! “É que ele tem documentos para provar seu tempo de serviço e o outro não os tem”! E por que não os tem? Por que o pai do Doutor não os forneceu para não ter que pagar os tributos devidos!

Que conhecimento é capaz de transformar a humanidade/o homem?

Eu, sinceramente, não sei, mas aproveitei o conhecimento disponível e o usei criticamente e, posso assegurar-lhes, não me arrependo, pois aprendi a ler nos meios de comunicação mais conservadores e reacionários o caminho que devo seguir na vida: sempre o oposto daqueles que eles dizem que é o certo!

É que o certo para eles é o “certo” que beneficia poucos (os ricos e suas propriedades) e prejudica muitos, o povo, que é quem realmente trabalha!

Tem, ainda, o conhecimento que se torna perverso! Vamos a dois exemplos:

José Dirceu, homem que lutou pela volta da democracia ao Brasil e foi presidente do Partido dos Trabalhadores e um de seus ícones e mentores. Ao ter oportunidade, passou a apropriar-se do patrimônio público para si!

Estudante que tornou-se universitário por meio das bolsas de estudos fornecidas pelo Governo Federal – Governo do Partido dos Trabalhadores – e, ao concluir o curso/formar-se, passa a praguejar o tal programa como a pior das invenções/concessões!

Por tudo isso, uma dica: leia tudo de tudo e tudo que puder, mas acredite em muito pouco, pouco que deve ficar após você analisar os prós e os contras das opiniões lançadas, pois elas nunca são inocentes (há sempre outros motivos por detrás das palavras) e nunca querem o seu bem! Nos meios de comunicação de massa, por exemplo, elas – as opiniões – sempre querem o seu mal, pois o seu mal é o bem deles (dos meios de comunicação) e de seus proprietários, pois os meios de comunicação existem para domesticá-lo, caro leitor, como se faz com um cavalo selvagem, que depois de apanhar muito contenta-se em obedecer com o simples estalido do chicote!

 

Até mais,