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Cuba e liberdade!

 

Cuba e liberdade!

Dia desses, lendo o poema Monólogo do Culpado (Monólogo del Culpable), me chamou especial atenção o seguinte trecho:

 

"Me cuesta mucho trabajo sentirme culpable. Es casi como si se me acusara de respirar o se me anunciara una eventual prisión por amar a mis hijas, a mi madre, a mi mujer, a mi hermano y a mis amigos.

[...]

Nadie me hace sentir como un criminal, un agente enemigo ni como un apátrida ni como ninguna de esas necedades que el gobierno usa para degradar y humillar. Soy sólo un hombre que escribe. Y escribe en el país donde nació, y donde nacieron sus bisabuelos.".

Seu autor é o cubano Raúl Rivero, recentemente condenado a 20 anos de prisão. Seu crime: escrever. O que chamamos comumente de exercício da liberdade de expressão.

Autor de sua prisão: Fidel Castro.

Venho tendo cada vez mais dificuldade em compreender esse ditador e aqueles que o admiram, especialmente porque um dia, na minha imaturidade intelectual, também cheguei a admirá-lo.

Ninguém passa pela vida sem deixar algo pelo qual deva ser lembrado. Até mesmo aqueles que servem de exemplo negativo deixam sua mensagem: ou seja, não sejam imitados.

Assim, a União Soviética exerceu sobre meu pensamento forte influência. Não foi sem razão que um país agrícola, em menos de sessenta anos, levou o homem ao espaço; tinha um excelente sistema de saúde e educação e, sobretudo, ajudou fundamentalmente o ocidente a derrotar Hitler, fato pouco ou nunca lembrado. Quem poderá negar essas conquistas?

Hoje, quanto se fala no fim do “comunismo” ou do “mundo socialista” e se cita como exemplo a URSS, me questiono sobre se realmente ocorreu o tal fim e quais os motivos que levaram a esse desiderato.

Nego, peremptoriamente, que tenha ocorrido o fim do mundo socialista. E o faço escudado em um fato simples e que ninguém quer ver. Ou melhor, os donos da mídia não querem ver. Trata-se do seguinte:

O homem responsável pelo fim do comunismo na URSS foi Mikhail Gorbatchov, certo? Pois é, esse senhor tentou voltar ao poder, via eleição popular, em duas oportunidades, sua votação, no entanto, tem sido pífia, ridícula mesmo, apontado para a possibilidade dele não se eleger sequer síndico do prédio onde mora.

Por que alguém que fez tamanho “bem” para a humanidade é tão rejeitado pelo seu próprio povo?

Essa bondade pode ser questionada.

Nessa linha está o tal Fidel, cujos defensores sempre o defendem por ter conseguido para a ilha caribenha três grandes feitos: educação, saúde e esporte.

Portanto, Cuba e a URSS desenvolveram duas políticas sociais fundamentais para os seus nacionais: educação e saúde.

Acontece que educação e saúde não é tudo. Mesmo que esses dois países acrescessem a estas suas conquistas a alimentação, ainda estariam sujeitos ao que ocorreu na URSS e desenha-se ocorrer em Cuba.

Nada tem valor sem liberdade!

Definitivamente, Cecília Meireles tinha razão quando definiu: "Liberdade: palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. (...)" .

Cuba ao condenar o poeta não aprendeu nada com a história. Seu povo, mais dia menos dia, dará fim ao seu algoz. Pinochet, Xá do Irã etc, todos passaram. Henry Kissinger, que fugiu do nazismo e aplicou a outros povos a mesma política (com p minúsculo) de que se diz vítima, anda se escondendo da Justiça de vários países.

Fidel, pensando bem, nunca me enganou. Veja alguns de seus atos suspeitíssimos:

a) Fez sua revolução com dinheiro americano;

b) Cuba, considerando seu poder de defesa, é um país insignificante. Os Estados Unidos, se usassem o mesmo poder bélico que usaram no Afeganistão e no Iraque, arrasariam a ilha em poucas horas. Por que não o fazem? Certamente porque há interesses escusos que são melhor mantidos da forma atual.

c) Há fortes suspeitas que Che Guevara foi entregue ao exército boliviano por Fidel.

Todas as grandes conquistas do regime ditatorial cubano existem em outros países. Exemplo? Itália, França, Canadá etc.

Mais o mais engraçado é que nos países citados, além da educação e da saúde, se tem o fundamental: a liberdade, em busca da qual o império soviético ruiu e pela qual eles continuam lutando, sem perder de vistas as conquistas decorrentes da doutrina marxista.

O acima foi escrito em dezembro de 2003!

Hoje, com a morte de Fidel Castro, continuo pensando do mesmo modo!

Cuba foi tão importante para os Estados Unidos quanto o Satanás o é para as religiões!

Estados Unidos precisam de alguém para satanizar e a eleita, na época, foi Cuba, mas os dados começam a rolar para a escolha do outro bicho papão que vai comer os americanos se eles não o combaterem!

Os Estados Unidos não deixaram o povo cubano morrer de fome, davam-lhe migalhas, o suficiente apenas para sobreviverem, pois essa sobrevivência era parte do teatro!

Fidel, a marionete, encontrou algo para esconder sua perversidade: saúde e educação!  

Não quero com isso dizer que os dois itens não sejam fundamentais, mas eram mais fundamentais para mantê-lo no poder e, assim, o povo se revoltar menos, tudo com as bênçãos americanas.

Mas, para aqueles que têm o Fidel como o “grande ditador” e a encarnação de Satã, podemos dizer: “seus problemas acabaram”!

Será?

Até mais,