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"Até quando zombarás de nós, Dória?" (ou como “somos” tolos na mão de espertos!)

 

"Até quando zombarás de nós, Dória?"

(ou como “somos” tolos na mão de espertos!)

 

Doria

 

 

Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós a tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia desenfreada? (….) Nem os temores do povo, nem a confluência dos homens honestos, neste local protegido do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada consegue te perturbar? Não percebes que teus planos foram descobertos? Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem? Quem, entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas? O tempora, o mores! [Oh, tempos, oh, costumes!]” (as Catilinárias do senador, jurista, político, escritor e orador romano Marco Tulio Cícero).

 

O atual Prefeito de São Paulo – depois de focar muito em uma tal de parceria público/privada – agora alardeia a deus e o diabo a distribuição gratuita de remédios doados por empresas.

 

Conforme reportagem do insuspeito jornal “O estado de São Paulo“ de 09.02.17, Dória anunciou que doze (12) empresas farmacêuticas doarão 165 (cento e sessenta e cinco) tipos de medicamentos.

 

Mas você, sábio amigo, realmente acredita que as empresas “doadoras” farão isso pelo simples sorriso à kolynos do prefeito ou por gostar imensamente do povo de São Paulo?

 

Você é ingênuo o suficiente para achar que isso é verdade?

 

Quem pagará a conta dessa generosidade empresarial, você já se perguntou?

 

Você pensa que as empresas não esperam nenhuma contrapartida por seu gesto magnânimo?

 

Como diz o economista Friedman: “não existe almoço grátis”!

 

Dória realmente acredita que somos todos completos idiotas, ignorantes e parentes do Incitatus?

 

Quem quer que tenha um mínimo de tutano no lugar dos miolos sabe do seguinte:

 

- comerciante/empresário nenhum pode fazer caridade que não seja com o chapéu alheio, pois se o fizer com os próprios recursos seu destino é a falência, ou, à antiga, a bancarrota!

 

- comerciante/empresário não é santo, nem otário, nem altruísta. Se o for, seu destino é dormir sob os viadutos.

 

Cabe destacar que a ação que propicia a “doação” de medicamentos faltantes na rede pública de saúde, decorreram de ação viabilizada pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio de isenção tributária. Ou seja, o Governo abriu mão de “tributação” em relação às empresas farmacêuticas para obter a “doação” dos medicamentos. Veja que não se sabe sequer o montante de isenção que foi dado pelo Estado. Trata-se de dinheiro de tributos, do povo, que deixa de ingressar aos cofres públicos para irem direto para a conta das empresas!

 

Isso é que é criatividade no “acelera São Paulo”!

 

Tá mais para mão na roda!

 

Portanto, não há que se falar em “doação”, como marketing barato para colher benesses populistas com uma mão, mas, de fato, o Estado, o cidadão, com a outra mão, é quem realmente está pagando por esses remédios, justamente por meio das isenções concedidas que, frise-se: podem ser até bem mais benéficas em termos de valores para as empresas do que para a população enganada pela lambança do prefeito, pelas mentiras noticiadas pela imprensa que recebe para isso ou, finalmente, por má-fé de alguns e ignorância de muitos que não buscam informações além da rede globo e da revista veja!

 

Bill Gates e a mulher, dois escovados iguais ao prefeito, disseram que iam doar uma fortuna para melhorar o mundo! Quando o Brasil foi implantar o software livre (BROffice) ele veio imediatamente ao país para tentar convencer o governo a não deixar de usar os seus produtos!

 

Dizem que a tal fortuna continua nos cofres da família, mas o marketing foi feito!

 

Viram a atualidade de Cícero?

 

Portanto, não custa nada abrir o olho e ver o palmo que está à sua frente, pois ele pode lhe livrar do buraco.

 

 

Até mais,