"O próprio Voltaire nos dá a prova de que seu riso é, antes de tudo, agressivo e guerreiro: ele não suporta que outros riam dele. A menor zomabaria é sentida como ferida mortal. Ousam parodiar sua tragédia Semiramis? É uma "sátira odiosa", e ele consegue que seja proibida. Isso se repete com cada uma de suas peças: Alzirette, paródia de Alzira; Le Bolus, paródia de Brutus; As crianças encontradas, paródia de Zaïre. Crébillon, cuja Catilina foi parodiada em Catilinette, torna-se seu alidade e, graças a madame Pompadour, essas intoleráveis zombarias são censuradas."
Fonte: "História do Riso e do Escárnio", Georges Minois, tradução de Maria Elena O. Ortiz Assumpção, Unesp, São Paulo, 2003, p. 432.