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POESIA: deleite-se ou delete-me (22.06.12)

Caraos todaos,

Desde que vim de Manaus para São Paulo, e lá se vão uma dúzia de anos, continuo comprando passagens com a Eliana, em Manaus.

 

Quarta liguei para “ela” e eis que, por falha no sistema, atende a Dra. Maria Eliane Menezes de Farias, cuja doçura em ouvi-la é proporcional à doçura de suas palavras, mas a quem não incomodo tanto pela vergonha do incômodo!

Eu queria muito saber da Dra. Maria Eliane e, para minha felicidade, ela está cada vez melhor. Sua saúde tá indo do ferro ao aço! Que assim continue!

De qualquer modo, ao final da conversa, e após confessar o engano mais certeiro da minha vida, perguntei a ela: “A senhora vende passagem?”. Depois dos sorrisos e de termos desligado, fiquei sonhando com a seguinte resposta:

“- Passagem? Como uma boa pernambucana da gema, nem honorária sou, como o era o Moreira da Silva a única passagem que vendo é na 'asa' de minha peixeira, que leva direto para o céu, se você for um bom cristão, ou, então, para o inferno, com escala no purgatório, se assim for seu destino!"

Embora dessa asa eu queira distância.

Por falar em Manaus, hoje tem a crônica abaixo de autoria do Milton Hatoum, escritor fantástico para alguns, mais que me alegra mais por ser amazonense!

A crônica, acredito, se aplica a todo Brasilzão e ao mundo. Não acredito que o Coliseu tenha sido edificado sem sangue. Até o meu querido Teatro Amazonas tem sangue branco (da seringueira) e vermelho (geralmente do retirante nordestino).

É que gosto de antiquidades (velharias) inclusive por amor próprio, daí quando vejo o palácio da Avenida Paulista caindo aos pedaços, e isso na cidade dita mais aculturada do país, meu coração fica em ruínas também.

“Estádios novos, miséria antiga

MILTON HATOUM (Estadão – 22/06/2012)

A arquibancada do Parque Amazonense era um treme-treme, o esqueleto de madeira podia desabar antes do primeiro gol, mesmo assim eu não perdia uma partida do clássico Rio Negro x Nacional. Quando chovia ou ventava, mangas maduras caíam na arquibancada e eram disputadas pelos torcedores. Como não havia drenagem no campo, a chuva torrencial transformava o gramado num parque aquático, o jogo era cancelado, e aproveitávamos para brincar na piscina formada pela natureza.

O Parque, situado num bairro humilde e arborizado de Manaus, era um dos destinos de quem gostava de futebol. No fim dos anos 60 foi construído o estádio Vivaldo Lima, vulgo Tartarugão, projetado por Severiano Mário Porto. Formado no Rio, esse arquiteto mineiro se mudou em 1966 para Manaus, onde viveu por mais de 30 anos. O projeto do Vivaldo Lima ganhou o prêmio Nacional de Arquitetura; outros projetos de Severiano foram premiados no Brasil e na Argentina.

Ele fez dezenas de projetos que, a meu ver, traduzem uma compreensão profunda de Manaus e da região amazônica. As soluções técnicas para proteção do sol e da chuva, o uso consciencioso da madeira na estrutura, janelas, portas, escadas e painéis, um sentido estético que integra a estrutura à fachada e ao espaço interior, tudo isso fez dos projetos desse mineiro-carioca-amazonense um lugar para se viver e trabalhar com conforto.

Inaugurado em abril de 1970, o Tartarugão chegou a receber mais de 50 mil torcedores em uma partida em 1980. Era um projeto grandioso, mas essa grandiosidade tinha fundamento: o arquiteto havia previsto, para as próximas três décadas, um crescimento demográfico incomum, explosivo de Manaus. Para os jogos da Copa do Mundo em 2014, o Tartarugão poderia ser restaurado e tornar-se um estádio perfeitamente adaptado aos torcedores amazonenses. Mas de nada adiantou o olhar visionário de Severiano Porto. O estádio foi demolido para dar lugar a uma obra gigantesca, caríssima, faraônica, com capacidade para 47 mil torcedores.

Destruir um patrimônio da arquitetura amazônica é um lance de extrema crueldade e ignorância. O que há por trás dessa crueldade e incultura? A ganância, a grana às pencas, o ouro sem mineração, sem esforço. O Tribunal de Contas da União já descobriu um superfaturamento na demolição do Vivaldo Lima e em todas as etapas da construção do novo estádio. Aos R$ 580 milhões do orçamento previsto, será acrescido um valor astronômico. Afora o superfaturamento e a demolição de uma obra premiada, há outra questão, demasiadamente humana: Manaus é uma das metrópoles brasileiras mais carentes de infraestrutura. Os serviços públicos são péssimos, na zona leste da cidade proliferam habitações precárias (eufemismo de favelas), a violência atinge níveis alarmantes. Depois da Copa, o novo estádio será um monumento vazio, ou um desperdício monumental. Quem paga a fatura (ou a superfatura) são os mais pobres, que necessitam de serviços públicos eficientes, e não de obras grandiosas.

Isso vale para Manaus e para as outras cidades que vão sediar os jogos da Copa. Vale para o Recife e Rio, e também para São Paulo, cuja prefeitura optou pela renúncia fiscal para ajudar a construir o tal do Itaquerão. E isso numa cidade em que faltam centenas de creches, mais de 1 milhão de habitantes sobrevivem em favelas e cortiços, milhões sofrem diariamente com a precariedade e o caos do transporte público.

Mas agora é tarde. Sim, impludam todos os estádios! Construam obras colossais e faturem montanhas de ouro! Superfaturem tudo: desde a demolição até a pintura dos camarotes da CBF e patrocinadores! Joguem no entulho e nos esgotos a céu aberto a dignidade e a esperança do povo brasileiro. Enterrem de uma vez por todas a promessa de cidadania! Caprichem na maquiagem urbana e escondam (pela milésima vez) a miséria brasileira, bem mais antiga que o futebol. E quando a multidão enfurecida cobrar a dignidade que lhe foi roubada, digam com um cinismo vil que se trata de uma massa de baderneiros e terroristas.

Digam qualquer mentira, mas aí talvez seja tarde. Ou tarde demais.”

Essa semana, falando com um colega, manjei o seguinte:

“Muita gente não gosta de nós, servidores públicos, embora quase todos os descontentes sonhem com tal possibilidade, que esperam cair do céu, ao invés de fazerem calo nas nádegas.

Mas a palavra 'servidor' (ou SERVI+DOR) realmente não ajuda muito!

Daí eu estar propondo:

´servi+prazer; servi+contentamento; servi+alegria ou algo similar'”.

Que tal? Vote e participe!

Sobre a mensagem da semana passada, apenas um dos dois poetas citados resolveu nos contatar. Esse Drummond não tem jeito mesmo!

Disse-nos o poeta:

“Teofilo Tostes Daniel 6/15/2012 1:09 pm

Oi, Dr. Osório,

que surpresa boa me deparar com poemas meus (ainda mais juntos a um de Drummond, poeta tão maior que eu!). Só uma pequena correção. Apesar de ter pai e mãe mineiros, eles se conheceram, me tiveram e me criaram no Rio. Assim, por difícil que possa parecer, sou carioca da gema! rs

Na minha ainda curta vida de quase 33 anos, morei apenas dois em Belo Horizonte (com intervalo quase quinze anos entre uma e outra vez). Somam-se a isso 16 anos no Rio (entre os quais, meus primeiros dez anos de vida), pouco mais de oito em Cabo Frio e pouco mais de seis em São Paulo (nesse sentido, sou mais paulista do que mineiro, uai!). Ah! E se essa conta que eu fiz não fechar, é forte indício de que estou mentindo a idade! rsrsrs

Forte abraço

desse mineiro carioca paulista,

Teo”.

Portanto, feita a corrigenda e embora o poeta negue, para mim, ele é mineiro!

Perdoa-o, pai, ele não sabe o que diz! (quanto à sua origem, obviamente, já que é poeteiro de primeira grandeza).

Aliás, o maravilhoso livro do Teo pode ser encontrado em: http://www.martinsfontespaulista.com.br/ch/prod/318715/POEMAS-PARA-SEREM-ENCENADOS.aspx. É de leitura obrigatória.

Essa mania de dar autor diverso, geralmente famoso, à própria obra é antiga! As vezes, quando não é o autor descentre do valor de sua obra que nomeia outro como tal, outros se encarregam disso! Homero, poeta cego grego que sequer sabemos se existiu o não, teve atribuído a si os ditos “Hinos homéricos”.

Com a internet essa prática cresceu vertiginosamente.

A frase abaixo, atribuída a Saramago, talvez não seja dele, já que não é citada a fonte, mas ela, sendo dele ou não vale por si mesma. Aproveitamos, contudo, o trabalho gráfico. Veja:

Saramago

A outra frase é poesia pura, embora, as vezes, enlouqueçam as mães.

2

Que a sexta feita seja que seja!

Osório


Desejos Sacerdotes

A procissão, profana, se arrastava

Dentro daqueles olhos baixos, largos

E quase tão oblíquos quanto amargos.

A procissão, profana, se arrastava

E molhava meus lábios com desejos

Inexplicáveis como aqueles beijos.

A branca hóstia tem sabor de carne,

A língua, quem comanda é o pensamento;

Teu gosto, o que me serve de sustento.

A branca hóstia tem sabor de carne,

Minhas vestes santíssimas também.

Esta noite te hei de ter.

Amém!

Autor: Teofilo Tostes Daniel (“Poemas para serem encenados”, Editora Casa do Ator, São Paulo-SP, 2008, p. 30).

 

e,

3(1)

(Cartaz na Rua Agusta)

e,

P.S.: Piadinha do Nilson (obrigado), o “Amado Batista do Ceará”:

O Bêbado culto...

Riqueza semântica

Um político que estava em plena campanha chegou a uma cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?

O candidato responde:

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina.

De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic), seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu !!!

Mexe com quem tá quieto !!!!

e,

P.S2.:

FRASES SINISTRAS

Liquidação de Muletas - Venha correndo! ...

A febre tifóide é aquela febre que, ou você cura ou ela ti fóide!

Mamãe, por que você bateu naquela mulher que a gente viu chorando no túmulo do papai?

O amor é como a gasolina da vida. Custa caro, acaba rápido e pode ser substituída pelo álcool.

Ex-namorado é que nem vestido: você vê em foto antiga e não acredita que teve coragem de um dia sair com aquilo!

Eu sempre quis ter o corpo de um atleta. Graças ao Ronaldo isso já é possível.

Espermatozóides se cumprimentando: E aí, seu porra?!

Troque seu coração por um fígado, assim você se apaixona menos e bebe mais.

Os ursos polares adoram o frio. Os bipolares às vezes adoram, às vezes não...

Antes eu não era perfeito... Faltava-me a modéstia.

Gostaria de saber o que esse Jeová fez de errado pra ter tantas testemunhas assim...

O amor não é aquilo que te pega de surpresa e te deixa totalmente sem ar. O nome disso é asma

O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez.

Se beber fosse pecado, Jesus teria transformado água em Fanta Uva!

Se você não quer ouvir reclamações, trabalhe no SAC da empresa que fabrica paraquedas

Calculei meu IMC e constatei que minha altura está 20 cm abaixo da ideal.

Leio a Playboy pela mesma razão que leio a National Geographic: Gosto de ver fotografias de lugares que sei que nunca irei visitar.

Dizem que a bebida resolve todos os problemas. Pra mim ainda não resolveu, mas eu sou brasileiro e não desisto nunca!

As melhores crianças do mundo são as japonesas. Estão a 20 mil quilômetros de distância e quando estão acordadas eu estou dormindo.

Se acupuntura adiantasse, porco-Espinho viveria para sempre.

Quando a gente envelhece, o cabelo embranquece, o osso adoece, o joelho endurece, a vista escurece, a memória esquece, a gengiva aparece, a hemorróida engrandece, a barriga cresce, a pelanca desce, o bilau amolece, o ovo padece, a mulher se oferece, a gente agradece e diz: Ah se eu pudesse...

Calorias são pequenos vermes inescrupulosos que vivem nos guarda-roupas, e que a noite ficam costurando e apertando as roupas das pessoas.

Se você se lembra de quantas bebeu ontem, então você não bebeu o bastante.

Quando sua mulher fica grávida, todos alisam a barriga dela e dizem "Parabéns". Mas ninguém apalpa seu saco e diz "Bom trabalho"!

Cerveja sem álcool é igual travesti: A aparência é igual, mas o conteúdo é bem diferente!

Se vegetarianos amam tanto assim os animais, por que eles comem toda comida dos pobrezinhos?

Colaboração: Marilene. Obrigado a ela.

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