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22.13 – Teoria das Ideias, de Platão.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

22.13 – Teoria das Ideias, de Platão.

 

Disserta Fausto dos Santos:

 

Platão, da exigência de que algo permaneça estável - não sujeito ao constante devir do mundo sensível - para a efetivação do conhecimento, postula a existência das Formas. Sua ontologia está determinada pela teoria das Ideias. E esta está condicionada por questões como a perenidade da alma, que em um estado pré-empírico frui da contemplação do mundo inteligível, onde se encontram as verdadeiras realidades, cabendo à dialética discorrer sobre aquilo já conhecido contemplativamente pela alma. Portanto, quando pela boca de Sócrates, Platão nos adverte que, para atingirmos o conhecimento devemos nos dirigir às coisas mesmas, no fundo está nos dizendo que teremos mais chances de atingir o conhecimento se apreendermos, ou melhor, se recordarmos a Ideia antes contemplada no mundo inteligível da qual participa o objeto a ser conhecido na empiria, e sendo a linguagem, mais precisamente a dialética, a ciência discursiva das Ideias, ou seja, o modo terrestre de apresentar aquilo que já foi previamente conhecido em um estado metafísico, não deixa ela de possuir as mesmas características do mundo sensível no qual se efetiva, sendo, portanto, um instrumento, apesar de útil, corruptível e imperfeito para se atingir o puro pensar das ideias, a dianóia. (...) (fls. 111/112). [Osório diz: Resumo da Teoria das Ideias, de Platão. Muito bom!].

 

Gadamer (…)

 

Aristóteles, como sabemos, não concede a existência das Idéias platônicas. Para nosso filósofo, de um modo geral, elas seriam apenas uma reduplicação do mundo sensível, pois "[...] os Platônicos, com suas Formas, estão simplesmente criando coisas sensíveis eternas" (Met., III, 2, 997 b 10). E, além do mais, "[...] todas as provas que damos da existência das Formas nenhuma é convincente" (Met., I, 9, 990 b 10). Para o estagirita, se as coisas possuem uma essência estável - como de fato devem possuir, pois para alcançarmos o conhecimento é necessário que exista "algo cuja natureza é imutável” (Met., 1010 a 35) -, esta não pode estar separada das próprias coisas. É portanto às próprias coisas que devemos nos dirigir se queremos conhecê-las, para delas mesmas extrairmos, ou melhor, abstrairmos a estrutura estável intelectiva pela qual as coisas são aquilo que são. O mundo sensível, antes de ser uma cópia um tanto quanto imperfeita de um suposto mundo intelectivo ideal do qual deveríamos nos recordar, é o veículo através do qual chegamos ao conhecimento"; sendo a linguagem o modo de exprimir simbolicamente tanto o mundo sensível como a sua estrutura formal. (fls. 112/113) [Osório diz: Resumo da Teoria aristotélica do conhecimento – Teoria da significação (ontologia). Muito bom!].

Se para Platão os princípios supremos estão para lá da linguagem (Cf. Carta VII, 341 c-e), sendo acessíveis apenas "[...] para aqueles poucos capazes de encontrar a verdade sozinhos" (Carta VII, 341), ou seja, prescindindo inclusive do auxílio da linguagem; para Aristóteles, "[...] o mais certo de todos os princípios" (Met., 1005 b 20) não oculta nenhum mistério, sendo a todos acessível, pois é uma determinação da própria linguagem, o princípio da não-contradição. Bastando dizer algo para que ele se instaure, e, sem o qual, não somos “[...] mais que um vegetal" (Met., 1006 a 15). (fls. 112/113) [Osório diz: Divergência fundamental entre as Teorias de Platão e Aristóteles. Aqui, mais uma vez, Platão mostra sua faceta elitista/aristocrática (aqueles poucos”)]. (Fonte: Filosofia Aristotélica da Linguagem, Fausto dos Santos, Ed. Universitária Argos. Capecó-SC, 2002, p. 111 a 113).

 

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