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23.15 – Apologia de Protágoras no Teeteto.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

23.15 – Apologia de Protágoras no Teeteto.

 

Doutrina Untersteiner:

 

Apologia de Protágoras no Teeteto (166a-168c) (Fonte: A obra dos sofistas: uma interpretação filosófica, Mario Untersteiner, tradução: Renato Ambrósio, Paulus, São Paulo, 2012, p. 92).

 

[Geralmente considera-se que essa Apologia (cf. capítulo precedente, nota 32) reproduz o pensamento de Protágoras, mais do que se poderia acreditar (COMPERZ H. S.u.Rh., p. 261 seq.); a sua fonte deve ser buscada nos escritos do próprio Protágoras (A. DiiÉs, in PLATON, Theetète. Paris, 1924, p. 135 e 151), de maneira que ela se configura como uma elaboração da matéria dos ditos escritos "para resistir às dificuldades não previstas nos próprios escritos. Pode-se dizer que na Apologia se tem tanto dos escritos de Protágoras quanto se tem das plantas na semente" (STEFANINI. PI., II, p. 160; cf. Guzzo. Teet., p. 43, nota 1; ZELLER. Phil. Gr., I, 2, p. 1359-1360; cf. p. 1360, nota 1; CAMPBELL. PI. Th., p. XVIII-XXX; 252; MAIER. op. cit., I, p. 221 seq.; NATORP. Erkenntnispr., p. 4 e nota 2, p. 7-8; 9, 38, seq.; 42; E. MAYER. Geschichte des Alterthums. Stuttgart, 1939, IV, 1, p. 899, nota 2: VALGIMIGLI, em sua tradução do Teeteto. Bari, 1942, P. 84, nota 2: "confiável, e se não foi historicamente pronunciada, pelo menos foi extraída de conceitos originários do sofista"; D'AmATo. Prot., p. 72; GAISER. Protr., p. 57-59; KERFERD. Prot., p. 21; ZEPPI. Prot., p. 15, seq.). Por sua vez, LEVI. Prot. Soc., p. 302 e Prot. Stud., p. 18, sustentam que a Apologia "não é expressão exata do pensamento de Protágoras", pois está em contradição com o "caráter absoluto e universal dos valores éticos fundamentais decididamente sustentados pelo sofista no Protágoras". Mas essa contradição não existe, se aceitarmos a interpretação que eu proponho da doutrina protagórica, que, no pensamento do Protágoras e no do Teeteto, vê dois momentos de um processo dialético construtivo. Ora, a Apologia foi novamente submetida a uma crítica acirrada (em meu modo de ver, excessiva) por Capizzi: Prot., p. 40 seq. No geral, deve-se reconhecer que Platão no Teeteto apresenta uma concepção mais elevada do sofista, com relação àquela que encontramos no Protágoras: cf. KARL JOEL, Zur Erkenntnis der geistigen Entwickung und der schriffite lerischen Motive Patos. Leipzig, 1887, p. 20-21 (cf. NATORP, op. cit., p. 7 e 44). -1 - contrário, não reflete o pensamento de Protágoras aquela doutrina que Sócrates sempre no Teeteto (152c seq.), define como "doutrina secreta" do sofista (cf., pc - exemplo, CAMPBELL. PI. Th., P. XXIX; CORNFORD. PI. Kn., p. 34; KERFERD. Prot., p. — onde ressalta como essa definição significa que a doutrina em questão não tinha sido encontrada nos escritos publicados por Protágoras ou não tinha sido ouvida em suas lições públicas). Portanto, o pretenso heraclitismo, desenvolvido na doutrina secreta", deve ser eliminado, juntamente com ela, do pensamento do sofista: cf. BEAUMKER. P.M., p. 97-98. Somente LANA. Prot. reconhece a validade da doutrina secreta" de Protágoras, pois, segundo ele, devem-se reconhecer duas doutrinas de Protágoras, uma pública e outra secreta (cf. p. 31 e 71), esta última determinada pelo princípio do homem medida, que "não pode resultar em outra coisa senão no agnosticismo: e não somente em relação aos deuses, mas em relação também a qualquer outro problema", foi revelada somente "aos discípulos mais confiáveis" (p. 90). Sobre a impossibilidade de se aceitar a hipótese de uma “dupla verdade" para Protágoras, ver WALTER KRAUS. "Anzeiger für Altertumswiss", _. 1957, p. 127-130, mas especialmente p. 128.].

 

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