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45.18 – A pena de morte, por Protágoras.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

45.18 – A pena de morte, por Protágoras.

 

Uma adequada compreensão da teoria da sociedade, de Protágoras, requer uma cuidadosa consideração da natureza e da base da distribuição desse novo cimento social introduzido sob o nome de aidós e diké. Em primeiro lugar, será que Protágoras quer dizer, como muitas vezes se tem afirmado, que todos os homens possuem aidós e diké por natureza? Parece claro que os poderes dos animais são tidos como possuídos por natureza. É possível que a habilidade nas artes também assim seja possuída pelos seres humanos. Foi dada à humanidade antes de os homens começarem a vida na terra e é, para os homens, o que os poderes são para os animais. Mas aidós e diké estão numa situação diferente — são alguma coisa adquirida depois que o homem estava vivendo no mundo. Zeus ordena que todos os homens compartilhem delas e toma providências a respeito do que fazer com os que são incapazes de compartilhar. É verdade que a providência é a morte, mas isso sugere que suas naturezas não podem ser modificadas, e não que Zeus esteja acrescentando alguma coisa à natureza humana como tal. O fato de se julgar que todos os homens compartilham de aidós e dikê não é, em si mesmo, suficiente para mostrar que o fazem por natureza. Temos, de fato, a razão mais forte possível para supor que Protágoras não as considera compartilhadas por natureza. Platão o faz dizer, na declaração explanatória no final do mito (323c3-8):

 

essas, portanto, são as razões que eu dei para explicar por que eles [os atenienses] com razão permitem que todos os homens dêem o seu parecer a respeito de [assuntos que envolvem] virtude política, porque eles acreditam que todo homem compartilhe dela; mas, que eles julgam que essa participação não vem da natureza, nem é de origem espontânea, e que é por aprendizagem e prática que ela está presente em quem quer que seja, é o que vou tentar demonstrar em seguida.” [Osório diz: tudo isso também demonstra que o homem medida não se aplica a valores]. [Osório diz: democracia é prática constante]. (Fonte: O movimento sofista, G. B. Kerferd, tradução de Margarida Oliva, Loyola, São Paulo, 2003, p. 243-244).

 

 

 

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