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46.5 – Górgias e a autodestruição da ontologia.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

46.5 – Górgias e a autodestruição da ontologia.

 

Ensina Gilbert Romeyer-Dherbey:

 

A autodestruição da ontologia

 

O Tratado do Não-Ser … do Poema de Parmênides: “é a mesma coisa pensar e ser”. ….... Sublinhar que o empreendimento de Górgias é crítico permite-nos compreender que ele não constitui, como se disse muitas vezes, um niilismo integral. Górgias não quer provar que nada existe; quer demonstrar a inutilidade do ser parmediano, e o que fica arruinado com isto tudo é a ontologia, ontologia ruinosa porque se autodestrói quando vai até o fim de si mesma. Górgias elabora simplesmente o quadro das antinomias da ontologia pura. Ora, ao negar uma ontologia que se nega a si própria, Górgias opera uma negação da negação, encontra, portanto, uma afirmação. [Osório diz: Górgias e o niilismo]. [Osório diz: ver a explicação de Luis Ribeiro, a melhor, bem como o jogar da toalha de Guthrie e Adrados]

(...)

 

Górgias que, no Tratado do Não-Ser, se compraz em abalar a lógica de Parménides e em provar a sua inutilidade. E precisamente ao apoiar-se na cópula é na proposição “o não-ser é o não-ser” que Górgias provoca a implosão da ontologia parmenidiana: portanto, o não-ser existe e, por consequência, o ser não existe. É inútil censurar Górgias por confusão de lógico com o ontológico, porque a sua confusão é que caracteriza precisamente o pensamento de Parménides. (Fonte: Os sofistas, Gilbert Romeyer-Dherbey, tradução João Amado, Edições 70, Lisboa, 1999, p. 39 e 53).

 

 

 

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