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65 – Igualdade de riqueza, segundo a Sofística.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

65 – Igualdade de riqueza, segundo a Sofística.

 

Em Guthrie se colhe:

 

Quanto a riqueza, há, em seu contexto, algo quase cristão na designação que Jocasta faz dela como depósito em custódia pelo céu (555): "Nós, mortais, não temos nossa riqueza como posse privada; é dos deuses, e cabe a nós cuidar dela, e, quando eles quiserem, levá-Ia-ão de volta". [Osório diz: não é o contrário? Não é no cristianismo que há algo quase euripidiano/jocástico? Quem precedeu quem? Logo... Não esqueçamos a influência sofística sobre Eurípedis]

Distribuição real da riqueza em base igualitária, mesmo se numa forma, imperfeita (para nós), foi proposta pela primeira vez por certo Fáleas de Calcedônia, provavelmente pelos fins do séc. V. (Sobre esta data v. Gomperz, Gr. Th. I, 578). Aristóteles (Pol. 1266 a39ss, nossa única fonte) diz que ele foi o primeiro a afirmar que os cidadãos de um Estado deviam ter posses iguais [Mais tarde, porém, … Aristóteles diz que ele o limitava à posse da terra [Osório diz: mas, na época, e muito depois ainda, não era a terra a grande fonte de riqueza?] . Com certeza, a igualdade, como se esperaria nesta época, aplicava-se somente a cidadãos, e Fáleas até propôs que todos os artesãos deviam ser escravos de propriedade pública …]. Abolindo a necessidade ele esperava abolir o crime, mas Aristóteles comenta que frio e fome não são os únicos incentivos ao crime, e de fato os maiores crimes são causados por excesso e não por necessidade: não são as posses humanas, e sim seus desejos e ambições que se devem levar à igualdade, e isto precisa de educação apropriada. Fáleas também pensara assim, e foi bastante moderno para propor que não só riqueza, mas também educação devia ser providenciada igualmente pelo Estado: mas, diz Aristóteles, não é de nenhum proveito todos terem a mesma educação se é do tipo errado, e Fáleas deve nos dizer que tipo de educação ele propõe. [Osório diz: E a dele, Aristóteles, qual é? Eu penso que qualquer educação é melhor que nenhuma! Bem como que a educação a ser dada é aquela que permita ao homem conhecer para decidir]. (Fonte: Os sofistas, W. K. C. Guthrie, tradução, João Rezende Costa, Paulus, São Paulo, 1995, p. 142-143).

 

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